Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 3-24

Pharmaceutical Technology 42 Edição Brasileira - Vol. 28 / Nº3 Os pacientes com um esforço ins- piratório reduzido ou comprometido talvez não tenham um fluxo inspira- tório suficiente para ativar o DPI, o que comprometeria a administração da dose. Os inaladores de névoa suave são uma opção. Utilizam tecnologia sem propelentes para gerar uma névoa de gotas finas de tamanho uniforme e têm a presença de CO 2 baixa em com- paração com os pMDI. A experiência do paciente é mais parecida a que oferece um pMDI, mas o custo é um problema e a tecnologia está restringida a for- mulações em solução, o que limita sua aplicação a fármacos com adequada solubilidade. Em síntese, ainda que possamos aumentar o uso de dispositivos alter- nativos, sobretudo para a manutenção da saúde, é vital reformular os pMDI com propelentes mais sustentáveis, em particular, para os países de baixas e médias rendas e para a administra- ção confiável de medicamentos de resgate. O sucesso permitirá oferecer tratamentos seguros com a presença de CO 2 aceitável, com um desenho que para os pacientes seja cômodo e a um preço acessível. Conheça os novos propelentes O HFA 152a e o HFO 1234ze são, atualmente, os principais candidatos a propelentes de baixo PCG para a refor- mulação de pMDI. A Tabela 1 resume as propriedades mais importantes. Em primeiro lugar, o HFA 152a (1,1 difluoroetano) tem um PCG >90% menor que os propelentes atuais e ficou bem posicionado num programa toxicológico de dois anos (Lovelace Biomedical, NM, EUA, patrocinado por Koura, MA, EUA). Está previsto que a FDA norteamericana disponha de um arquivo mestre de medica- mentos (DMF) para finais de 2022, o “A aderência e cumprimento dos pacientes poderiam melhorar ainda mais com uma maior adoção, porém uma maior adoção de, por exemplo, dispensers, inaladores acionados pela respiração e conectividade”. que facilitará seu uso nas atividades de reformulação. A inflamabilidade é um problema de segurança, sobretudo para a fabricação, mas os problemas podem ser controlados, ainda que se considere um custo adicional. O HFO 1234ze (1,3,3,3 tetrafluoro- prop- 1-eno), o candidato alternativo, tem um PCA ainda mais baixo e a possibilidade de reduzir a presença de CO2 num ~99%. Já foi apresentado um DMF à FDA, o que permite às em- presas apresentarem solicitações para o programa Investigational New Drug (IND), e o HFO 1234ze de qualidade BPF já está disponível para realizar provas e em quantidades comerciais. Os dados toxicológicos foram revisados pela FDA, e estão previstos estudos de fase III (Honeywell). Estes dois propelentes são candida- tos prometedores para serem utiliza- dos como substitutos. Sendo assim, é possível aprender algo da transição dos CFC aos HFC para acelerar o avanço para o seu uso comercial? O que a história pode nos ensinar? Na hora de reformular é preciso encontrar um equilíbrio entre uma colocação de “copiar e colar”, mi- nimamente inovador e aproveitar a oportunidade para melhorar o produto, de maneira considerável. Se pudermos estabelecer uma definição clara do perfil do produto objetivo, existe a possibilidade de melhorar simultaneamente outros aspectos do rendimento do dispositivo e da formulação. Por exemplo, na últi- ma transição aprendemos que incluir etanol permitia dosificar volumes menores. Duplicar este efeito na atual fase descendente poderia magnificar a redução da presença de CO 2 que se associa à substituição dos propelentes. Por exemplo, modificar as válvulas sem cebador aumentaria os benefícios para o meio ambiente e, ao mesmo tempo, facilitaria a utilização pelo paciente. Passagem para os HFC colocou desafios consideráveis com respeito à estabilidade da formulação e a propriedade intelectual vinculada ao uso de tensores específicos. Neste sentido, o HFA 152a e o HFO 1234ze pareceriam apresentar um desafio menor, com um comportamento algo similar ao dos HFC que são utilizados atualmente. Tabela 1: Propriedades fundamentais dos propelentes originais de CFC para pMDI, dos substitutos dos HFC e dos candidatos de próxima geração de baixo PCG

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