Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 4-23

Pharmaceutical Technology 12 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº4 Um olhar mais atento na implemen- tação dessas ferramentas pode lançar luz sobre a importância do desenvol- vimento inteligente de fármacos na fase inicial de descoberta. Por exemplo, como o uso de ferramentas “inteligen- tes” tem impacto sobre processo de desenvolvimento até as fases clínicas? Falando de forma inteligente O paradigma de desenvolvimento de fármacos existente é baseado em passar por várias etapas, sequencial- mente, diz Jo Varshney, PhD, fundador e CEO da VeriSIM Life, uma empresa com sede nos EUA, especializada no uso de técnicas avançadas de AI e ML para descoberta e desenvolvimento de fármacos. O desenvolvimento de medicamentos passa da identificação de uma doença ou condição-alvo para a validação de um candidato a medi- camento seguro e eficaz em ensaios clínicos em humanos, observa ela. “Esse paradigma sofre de desper- dícios e custos tremendos. Passar de um estágio para outro é um processo isolado em que os dados muitas vezes não são compartilhados e modelos ruins definem o sucesso da biologia humana – especialmente em animais”, observa Varshney. O desenvolvimento inteligente de fármacos reinventa o processo tradi- cional de desenvolvimento, permitindo o design e a validação no início da des- coberta por meio do uso de melhores modelos de biologia humana e dados mais abrangentes. Isso permite que o processo seja “paralelizado”, onde, normalmente, etapas como dosagem ou formulação podem ser fatoradas em conjunto com a seleção hit-to-lead, observa Varshney. “O desenvolvimen- to inteligente de fármacos identifica rapidamente desfechos desfavoráveis para que você possa corrigir o curso antes de investir em experimentos pesados, o que economiza tempo e custos, levando fármacos melhores aos pacientes mais rapidamente”, enfatiza ela. “O desenvolvimento inteligente de fármacos sempre esteve conosco”, diz Grant Wishart, PhD, diretor sênior, Small Molecule Drug Discovery e Lo- gica Lead, Charles River Laboratories. Wishart aponta que a indústria bio/ farmacêutica gerou conhecimento a partir de experiências passadas, e desenvolveu e alavancou novas tec- nologias para trazer medicamentos novos e mais seguros para pacientes com doenças cada vez mais complexas. “Desde abordagens racionais na década de 1960, iniciadas pelo far- macologista escocês, Sir James Black, até o design computacional baseado em estrutura, emergente na década de 1980 – mas talvez não cumprindo seu potencial até o início dos anos 2000 – tem havido muitas melhorias ‘inteligentes’ na descoberta e de- senvolvimento de fármacos”, explica Wishart. “Cada uma delas influenciou e avançou o que fazemos em maior ou menor grau”. Wishart também aponta que as organizações se esforçam continu- amente para um desenvolvimento “mais inteligente” de fármacos, para reduzir os cronogramas de descoberta e aumentar a certeza na progressão clínica. “Hoje estamos na interseção de avanços na geração de dados, automação e computação avançada, que se unem para oferecer possíveis mudanças na forma como descobri- mos e desenvolvemos os fármacos do futuro”, comenta. Apoiando o desenvolvimento inteligente A digitalização é uma tendência importante na indústria bio/farmacêu- tica atual. Os avanços na digitalização e outras ferramentas permitiram que a indústria organizasse e conectasse conjuntos de dados, bem como es- tabelecesse fluxos de trabalho mais eficientes, diz Wishart. Ferramentas inteligentes, como a digitalização, também permitiram que o setor conec- tasse conjuntos de dados díspares de sistemas e instrumentos de gerencia- mento de dados em todo o continuum. De acordo comWishart, essa conec-

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