Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 4-23

Pharmaceutical Technology 22 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº4 estão utilizando-as para ajudar na transformação digital. No entanto, equívocos e conhecimento limitado permanecem uma barreira para alguns, pois a digitalização é uma nova forma de pensar e trabalhar. Em sua essência, a Pharma 4.0 é uma mudança de paradigma, diz Gilad Langer, líder de prática industrial da Tulip Interfaces. Ele está atualmente liderando um subgrupo da Comunida- de de Prática Pharma 4.0 ISPE que está se preparando para publicar um guia de melhores práticas Pharma 4.0 em 2023. Os equipamentos da Indústria 4.0 – como um sensor inteligente – são autônomos (ou seja, prontos para produção) e colaborativos (ou seja, se comunica com outros equipamentos ou com pessoas que usam a IIoT), explica Langer. “Pharma 4.0 é um conceito que, se adotado integral e efetivamente, promete um aumento de produtividade da uma ordem de grandeza”, afirma. “A conectividade de dispositivos inteligentes muda onde, como e por quem as decisões são tomadas no processo de fabricação”, acrescenta Sandra K. Rodriguez, analista sênior da indústria na consultoria de ciên- cias da vida Axendia. “As eficiências obtidas pela tecnologia de fabricação inteligente não podem ser alcançadas utilizando processos em papel, digitais ou manuais que dependam de pessoas. O uso de sistemas de execução de manufatura (MES) é um componente chave na manufatura inteligente. As pessoas supervisionam o processo de fabricação no novo padrão, em vez de conduzi-lo”. A Axendia pesquisou o estado da transformação digital na fabricação de ciências da vida (1) e descobriu que 43% dos entrevistados (representando empresas farmacêuticas, de biotecno- logia e de dispositivos médicos) estão atualmente passando por transforma- ção digital, relata Rodriguez. Os impulsionadores de negócios para iniciativas de transformação digital incluem “velocidade para o mercado, permitindo decisões basea- das em dados, excelência operacional aprimorada, conformidade regula- mentar aprimorada e abordagem de metas de sustentabilidade”, acrescenta Mark-John Bruwer, diretor sênior de marketing estratégico de produtos da indústria farmacêutica na AspenTech. A transformação digital está sendo acelerada pela necessidade de mais agilidade na cadeia de suprimentos, pelo aumento do trabalho remoto e pelo mercado de trabalho restrito, acrescenta. “As empresas farmacêu- ticas estão cada vez mais adotando ferramentas digitais para verificação contínua de processos (CPV), plane- jamento e programação avançados, registros eletrônicos de lotes, conver- gência de funções de tecnologia da in- formação (IT) e tecnologia operacional (OT), tecnologia analítica de processos e manutenção preditiva”, diz Bruwer. As barreiras ao uso de ferramentas di- gitais persistem, no entanto, incluindo conhecimento limitado ou lacunas de habilidades, acrescenta. Digitalização Afastar-se dos registros baseados em papel e coletar dados digitais (ou seja, digitalização) para que possam ser usados é um passo inicial crucial na digitalização. Um dos obstáculos para implementar essa mudança é que as pessoas que não são “nativas digitais” (geralmente trabalhadores nascidos antes de 1980) ainda se sentem mais à vontade com o papel. “Se um nativo não digital recebe uma pergunta em uma auditoria, eles querem apontar para dados em um pedaço de papel. Um nativo digital, no entanto, se sente confortável com a ideia de que uma imagem armaze- nada em nuvem e visualizada em um

RkJQdWJsaXNoZXIy NzE4NDM5