Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 4-23

Pharmaceutical Technology 28 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº4 Teste de impurezas em produtos farmacêuticos PT: Como os medicamentos são testados para impurezas elementa- res? Existe uma diferença de teste entre as formas farmacêuticas? Pringgoadimuljo e Rao (Element): Técnicas avançadas de espectroscopia são utilizadas para testar impurezas elementares em medicamentos. Algu- mas dessas técnicas são comumente utilizadas, como espectrometria de massa com plasma acoplado induti- vamente (ICP-MS), espectrometria de emissão óptica com plasma acoplado indutivamente (ICP-OES) e espectro- metria de absorção atômica (AAS). A escolha da técnica depende princi- palmente da matriz da amostra e dos limites de exposição diária permitida (PDE) das impurezas elementares de interesse. O Capítulo Geral <233> da USP [Farmacopeia dos Estados Unidos] recomenda o uso de ICP-MS ou ICP- -OES para medir as concentrações de impurezas elementares em produtos farmacêuticos (1). Embora ambas as técnicas possam medir vários ele- mentos simultaneamente, a ICP-MS tem limites de detecção mais baixos do que a ICP-OES para a maioria dos elementos. A AAS pode medir apenas um elemento por vez e é comumente utilizada para testes de ensaio, testes de limite e testes de identificação, seguindo monografias individuais (por exemplo, USP, Ph. Eur. [Farmacopeia Europeia], ACS [American Chemical Society]). A toxicidade potencial das impu- rezas elementares varia, dependendo da via de administração. Três formas farmacêuticas principais para as quais os limites de PDE são enumerados pelo ICH [Conselho Internacional de Harmonização] Q3D(R2) (2) e USP <232>/<233>, parenteral, inalação e oral. Uma vez que os limites são dife- rentes para cada forma farmacêutica, a preparação da amostra e a técnica de análise podem variar de acordo. PT: Existem melhores abordagens para testar impurezas elementares? Pringgoadimuljo e Rao (Element): Há uma variedade de abordagens para testar impurezas elementares, dependendo dos objetivos e recursos. No entanto, todo o ciclo de vida do medicamento deve ser levado em con- sideração - incluindo equipamentos de fabricação, sistema de fechamento do recipiente, princípio ativo, excipientes e a água utilizada para processamento. Uma avaliação de risco adequada é fundamental para garantir a segu- rança de um medicamento, evitando a realização de trabalho extra desne- cessário. Por exemplo, identificar quais elementos precisam ser testados para um produto pode resultar no teste de apenas sete elementos em vez de 24. As avaliações de risco podem ser ba- seadas em uma variedade de fatores, incluindo descobertas da literatura publicada, dados de processos, dados de fornecedores, dados de testes de componentes e/ou medicamento e conhecimento prévio. PT: Em que estágio de desenvol- vimento/fabricação o teste deve ser realizado? Pringgoadimuljo e Rao (Element): Existem múltiplas fontes potenciais de impurezas elementares durante o desenvolvimento e fabricação de um medicamento. Todas as fontes potenciais de impurezas elementares devem ser consideradas na avaliação de risco do produto, incluindo ele- mentos adicionados intencionalmente (por exemplo, catalisadores, reagentes inorgânicos); elementos não adiciona- dos intencionalmente, mas que podem estar presentes no IFA, excipiente, matéria-prima ou água utilizada na preparação do medicamento; impu- rezas elementares que poderiam ser potencialmente introduzidas a partir do equipamento de fabricação utili- zado na produção do medicamento; e impurezas elementares que podem ser introduzidas a partir de sistemas de fe- chamento de recipientes (para formas farmacêuticas líquidas e semissólidas). Os fabricantes devem avaliar cada impureza elementar que se espera estar presente no medicamento, deter- minando o nível observado ou previsto e comparando-o com o PDE estabele- cido para aquela forma farmacêutica específica. Se os dados da avaliação de risco demonstrarem que os resultados podem ser inferiores a 30% do PDE, nenhum controle adicional é neces- sário, desde que o fabricante tenha avaliado adequadamente os dados e demonstrado que os controles ade- quados foram aplicados. PT: Existem inovações em equipa- mentos ou procedimentos de teste que a indústria deveria estar im- plementando, mas não estão atual- mente para a detecção de impurezas elementares? Pringgoadimuljo e Rao (Element): ICP-MS e ICP-OES são as técnicas instrumentais mais utilizadas para a determinação de impurezas elementa- res em produtos farmacêuticos, devido à sua capacidade de baixo limite de detecção (níveis sub ppt e ppb) e ampla faixa dinâmica linear. Dependendo da matriz da amostra, a amostra pode requerer diluição simples com um solvente ou digestão ácida. Para amostras de difícil digestão, uma ferramenta moderna que os la- boratórios farmacêuticos devem ter à sua disposição é um micro-ondas capaz de realizar a digestão em re- cipiente fechado de alta pressão/alta temperatura. Além disso, para matrizes orgânicas difíceis, os sistemas ICP-MS

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