Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 4-23

Pharmaceutical Technology 29 Pharmaceutical Technology 29 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº4 podem ser configurados para resistir à análise direta de solventes orgânicos. Embora a ICP-MS seja uma técnica altamente específica, as interferências poliatômicas podem se tornar um pro- blema, a menos que sejam efetivamen- te abordadas. Muitas interferências poliatômicas podem ser efetivamente mitigadas utilizando uma célula de reação/colisão em ICP-MS. Exemplos comuns incluem interferência de ArCl+ em arsênico (75As), interferência de ArAr+ no selênio (78Se) e a interferên- cia de ArNa+ no cobre (63Cu). Outro problema comum é o aprimoramento da resposta que pode ser observada com certos elementos (por exemplo, arsênico, selênio e fósforo) na presença de uma matriz altamente orgânica, po- dendo causar um alto viés na resposta para esses elementos. Esse efeito pode ser mitigado fazendo com que a matriz corresponda ao fluxo do nebulizador com material orgânico. A mais recente tecnologia em re- moção de interferência é a ICP-MS de triplo quadrupolo (ICP-MS/MS), que pode resolver interferências espectrais para a análise de matrizes complexas e também pode fornecer limites de detecção mais baixos para analitos desafiadores (por exemplo, selênio, cromo, enxofre , fósforo e silício), reduzindo as interferências de fundo com o uso de sua operação MS/MS. Limites de detecção mais baixos ofe- recem mais flexibilidade com técnicas de preparação de amostra, permitindo medições em concentrações alvo mais baixas. Finalmente, para matrizes onde os limites de arsênico ou mercúrio são excedidos, a USP <232> fornece análise de especiação como uma op- ção para avaliar a conformidade dos materiais com as especificações. Isso se deve às diferentes toxicidades do mercúrio e do arsênico em suas formas inorgânicas e orgânicas complexadas. Utilizando ICP-MS em conjunto com cromatografia líquida (LC), a técnica hifenizada LC-ICP-MS pode fornecer uma abordagem alternativa para de- monstrar que um material é seguro. Impurezas comuns e seus limites PT: Quais impurezas elementares são mais comuns em formas farma- cêuticas sólidas? Pringgoadimuljo e Rao (Element): Elementos de classe 1 (arsênico [As], cádmio [Cd], mercúrio [Hg] e chum- bo [Pb]) e elementos de classe 2A (vanádio [V], cobalto [Co] e níquel [Ni]) são altamente tóxicos e têm alta probabilidade de ocorrência em medi- camentos. Esses elementos devem ser incluídos nas avaliações de risco para todas as vias de administração, inde- pendentemente de serem adicionados intencionalmente durante o processo de fabricação. PT Quais são os limites aceitáveis para tais impurezas? Pringgoadimuljo e Rao (Element): ICH Q3D estabeleceu valores de PDE para impurezas elementares, com base em dados de segurança e avaliações individuais de segurança (informações registradas nas monografias encontra- das no Apêndice 3 do ICH Q3D [R2]). Os elementos preocupantes são clas- sificados em três classes, com base em sua toxicidade - Classe 1, Classe 2A, 2B e Classe 3. Com base na forma farma- cêutica e nas avaliações de segurança individual, diferentes limites de PDE foram estabelecidos para diferentes vias de administração. Por exemplo, as vias oral e parenteral têm o mesmo PDE (15 pg/dia) para arsênico, porém, um limite de PDE inferior para inalação (2 pg/dia). Regulando o teste de impureza PT: Como as diretrizes regulató- rias atualizadas (por exemplo, ICH Q3D) afetaram a análise de impu- rezas elementares? Pringgoadimuljo e Rao (Element): Anteriormente, a diretriz para impure- zas elementares era baseada em um teste colorimétrico de “limite de me- tais pesados”. Este teste era limitado a 10 elementos (chumbo, mercúrio, bismuto, arsênico, antimônio, estanho, cádmio, prata, cobre e molibdênio), não fornecia informações sobre as concentrações individuais de cada elemento e não podia ser usado para muitas outras impurezas elementares potenciais (por exemplo, elementos do grupo da platina). Portanto, a diretriz não era específica ou sensível. O ICH Q3D substituiu o teste colo- rimétrico deficiente, de 100 anos, por instrumentação moderna, como as técnicas ICP-MS e ICP-OES. A diretriz ICH Q3D identifica e fornece limites de PDE para os elementos de maior risco, em diferentes formas farmacêuticas, e fornece uma estrutura para a avalia- ção de risco e controle de impurezas elementares em todo o ciclo de vida do produto. A USP <233> ilustra pro- cedimentos analíticos que possuem características, como exatidão, pre- cisão e especificidade, que ajudam os fabricantes a terem certeza de que as medições são confiáveis PT Referências 1. ICH, Q3D(R1) Guideline for Elemental Impurities (ICH, March 22, 2019). 2. ICH, Q3D(R2) Guideline for Elemental Impurities (ICH, April 26, 2022).

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