Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 4-23

Pharmaceutical Technology 6 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº4 mais sobre as expectativas regulató- rias atuais, a evolução de diretrizes e possíveis variações regionais. Expectativas atuais PTE: Você poderia fornecer uma visão geral das expectativas atuais de GMP para terapias emergentes? Meurer (Biopharma Excellence): Tanto a Agência de Alimentos e Me- dicamentos dos EUA (FDA) quanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) publicaram diretrizes regulató- rias relacionadas à implementação de GMP nas diferentes fases clínicas (1,2). Muitas terapias emergentes se enqua- dram na definição de medicamentos terapêuticos avançados (ATMPs) na UE ou terapias celulares e genéticas nos EUA. Somente a EMA publicou orien- tações específicas de GMP aplicáveis à fabricação de ATMPs. Ao avaliar a aplicação necessária de GMP em fases clínicas, existem muitas semelhanças entre os requisitos de GMP da UE e dos EUA, pois ambos se concentram na identificação e avalia- ção dos riscos para a qualidade de um medicamento em fase experimental. A principal diferença entre as abordagens da EMA e da FDA é o reconhecimento pela EMA de que os ATMPs exigem diretrizes explícitas de GMP que levam em consideração as especificidades dessa classe de pro- duto e colocam forte ênfase em uma abordagem baseada em risco para a ampla aplicação de GMP em todo o ciclo de vida do produto (2). É impor- tante notar que nem todas as terapias emergentes são classificadas como ATMPs. No entanto, como acontece com os ATMPs, essas novas terapêu- ticas também podem exigir soluções de fabricação específicas que devem ser abordadas caso a caso e baseadas em risco. A grande maioria das terapias emergentes são desenvolvidas como medicamentos estéreis e, devido à sensibilidade ao calor de muitas des- sas terapias, a esterilização final não é viável. Os terapêuticos dessa classe geralmente são filtrados estéreis (a menos que sejam terapias baseadas em células e isso não seja possível), sendo fabricados por meio de processamento asséptico utilizando tecnologia de bar- reira moderna, incluindo vias de fluido de uso único e isoladores, por exemplo. A pesquisa clínica inicial prova- velmente será mais relevante para a discussão sobre terapias emergentes. Embora algumas terapias celulares e gênicas tenham avançado para fases clínicas posteriores e além, há novos exemplos de terapias emergentes, como vesículas extracelulares, vacinas baseadas em peptídeos, moléculas complexas produzidas por síntese quí- mica ou abordagens que usam combi- nações de diferentes tecnologias nas fases de desenvolvimento/pesquisa. Nas fases clínicas iniciais, a segu- rança do paciente é o foco principal. Para muitas terapias emergentes que são estéreis, processos de fabricação assépticos totalmente validados são necessários para dar suporte ao forne- cimento clínico, mesmo para a Fase I. Há mais flexibilidade em áreas que não têm impacto direto sobre a segu- rança do paciente, como validação do método de CQ [controle de qualidade], onde a verificação pode ser suficien- te, mas, no início, é necessária uma avaliação de GMP adequada à fase - para determinar as áreas onde a GMP completa é necessária para garantir a segurança do paciente e equilibrar essas áreas com outras que podem exigir menos rigor para o programa clínico. Essa abordagem é válida para ambas as regiões regulatórias - UE e EUA - mas, na prática, as expectativas podem diferir dependendo do inspetor e seu conhecimento do produto. Este pode ser um benefício dos caminhos agilizados, disponíveis pela FDA e EMA, que incluem reuniões científicas integradas para troca de informações entre inspetores e pesqui- sadores clínicos - muito antes de uma MA/IND [submissão de autorização de comercialização / novo medicamento em investigação] ser concedida e um inspeção ser agendada. Mudanças regulatórias PTE: Como a orientação sobre GMPs para terapias emergentes evoluiu nos últimos anos? Meurer (Biopharma Excellence): Nos últimos anos, o cenário para a regulamentação de GMP mudou em resposta à inovação e à ampla gama de tipos de terapia que estão sendo desenvolvidos. Devido à enorme variedade de plataformas e tecnologias, uma abor- dagem de ‘tamanho único’ não é mais

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