Pharmaceutical Technology Brasil Ed. 5-23

Pharmaceutical Technology 22 Edição Brasileira - Vol. 27 / Nº5 “A fabricação asséptica é necessária para as vias de dosagem que são mais direcionadas do que a ingestão oral”, especifica Waiken Wong, gerente, engenharia de desenvolvimento de produtos, Woodstock Sterile Solutions. “Esses pontos de entrada são mais vulneráveis à intrusão microbiana, por isso a manutenção da esterilida- de desses medicamentos através da fabricação asséptica é extremamente importante para a segurança do pa- ciente”. Assegurar a esterilidade “Os produtos estéreis precisam ser fabricados com considerável robustez e garantia de esterilidade”, continua Tim Sandle, chefe do GxP compliance and sterility assurance no Bio products Laboratory (BPL) em Elstree, Reino Unido. “Com os tipos de produtos estéreis, o processamento asséptico apresenta a maior área de risco da fabricação farmacêutica, porque o medicamento no recipiente final não pode ser submetido a qualquer trata- mento de esterilização adicional (como qualquer processamento adicional iria danificar o produto). Essa designação inclui muitos produtos medicamento- sos complexos, incluindo suspensões oftálmicas, injetáveis estéreis, pós liofilizados reconstituídos para inje- ção e aerossóis de base aquosa para inalação. Portanto, uma atenção con- siderável precisa ser dada ao projeto e controle do processo de enchimento e dispensação”. Há múltiplos pontos em que a con- taminação pode se infiltrar em um medicamento e, portanto, colocar em risco sua integridade. A importância da formulação asséptica e da fabricação começa com a filtração estéril, destaca Sandle, na qual as empresas devem garantir que os controles de filtração estejam em vigor para proteger a inte- gridade do filtro e controlar o processo de filtração dentro de seu estado vali- dado. Em seguida, a esterilização cui- dadosa dos recipientes e a manutenção de um ambiente de enchimento que atenda aos requisitos regulamentares relevantes é fundamental, acrescenta. “O ambiente de enchimento está sob um risco particular de contamina- ção microbiana, e o produto precisa ser protegido por tecnologia de barreira (idealmente através de um isolador submetido a um ciclo de descontami- nação) e pela manutenção do fluxo de ar unidirecional”, diz Sandle. “qualquer incursão na zona de enchimento é um risco considerável, juntamente com qualquer atividade que perturbe o “pri- meiro ar” (como o uso de gloveports em um isolador) e, portanto, essas atividades precisam ser entendidas e o risco avaliado”. Além disso, há uma preferência dentro da indústria para trabalhar com lotes maiores, o que pode levar a cer- tas complicações de esterilidade. “um importante elemento de controle é o tempo, e isso pode afetar tudo, desde a validação da filtração estéril até a du- ração do período de enchimento, o que exigirá qualificação através de meios de enchimento. Na concepção de enchimento de meios (ou ‘simulações assépticas’), é importante que todas as condições de pior caso tenham sido avaliadas, incluindo os diferentes tipos de intervenções e a frequência com que são realizadas”, afirma Sandle. “As empresas que têm uma infraes- trutura bem desenvolvida para formu- lação e fabricação podem facilmente escalar as operações para atender às necessidades de produtos farma- cêuticos complexos e lotes maiores”, observa Wong. Revisões regulamentares Os órgãos reguladores estabele- ceram numerosos documentos de orientação sobre a questão do pro- cessamento asséptico, para ajudar a indústria de acompanhar para as melhores práticas. Recentemente, as orientações do anexo 1 das boas práti- cas de fabrico (BPF) da União Europeia foram revistas para melhorar a clareza e alargar o âmbito dos produtos inclu- ídos nas orientações (2). “Ao abordar quaisquer mudanças na orientação regulatória, o primeiro ponto deve ser entender claramente a intenção das mudanças, e mais especificamente o que realmente foi mudado”, enfatiza Andy Whittard, diretor administrativo da Cherwell. “é aqui que comparações fáceis de usar entre o antigo e o novo podem ser informativas, focando naqueles elementos que podem ter o maior impacto nos processos e instalações dos fabricantes”. Para Helen Sauter, diretora de garantia de qualidade da Vetter, para garantir conformidade, as empresas farmacêuticas e de biotecnologia, juntamente com as organizações de desenvolvimento e fabricação de contratos (CDMOs), precisam ver o processo asséptico como uma coleção de tarefas interdisciplinares. “Uma melhor compreensão do processo é um elemento-chave do anexo 1 revisto”, afirma. “Portanto, os riscos devem ser bem compreendidos, e é importante falar com todos os especialistas rele- vantes sobre os requisitos, quaisquer lacunas, ou necessidades antes de uma implementação bem-sucedida”. De um modo geral, há desafios fundamentais para as empresas farma- cêuticas e de biotecnologia descritos na revisão do anexo 1, continua a Sauter. “um dos principais requisitos é a implementação de uma estratégia de controle de contaminação (CCS)”, afirma. “O documento do anexo 1 preconiza a implementação de uma CCS em toda a instalação, o que pode constituir um grande obstáculo para algumas empresas. Embora este requi-

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