Pharmaceutical Technology Brasil - Líquidos 2023

Pharmaceutical Technology 10 Edição Especial LÍQUIDOS 2023 Em qualquer processo de fabricação, há risco. Às vezes, problemas de equipa- mento e erro humano são inevitáveis. Na produção farmacêutica, esse erro equivale a possíveis problemas de segurança para o paciente. Os métodos de teste de CCI quantitativos e determinísticos visam encontrar esses erros antes que atinjam o paciente e mitigar ainda mais os riscos à segurança dele. As brechas de esterilidade vêm com diversos perfis de defeitos. Comumente, defeitos de rachaduras aparecem perto do gargalo ou fundo de frascos-ampolas por impacto ou crimpagem excessiva. Defeitos de seringa preenchida se formam onde a agulha é fundida ao vidro ou a rachaduras no cilindro. Ocorrem quebras de esterilidade na área da aplicação de tampa/êmbolo, quando mal moldados, ou quando detritos, como fibras, estão presentes. Esses defeitos podem permitir a entrada de bactérias e micróbios no produ- to, anulando a esterilidade e aumentando o risco para o paciente. Os produtos biológicos são tipicamente de alto risco, caros e produzidos em pe- quenos lotes. Além de serem produtos de base parenteral, a natureza sensível dos produtos biológicos requer CCI para evitar recalls, perda de produtos e risco de vida ao paciente. O teste de CCI adequado em produ- tos biológicos deve ser não destrutivo, quantitativo, determinístico, escalável e capaz de detectar defeitos por avaliação de risco do fabricante. A adesão a esses requisitos deixa poucos métodos de teste de CCI. Decaimento do vácuo e detecção de vazamento de alta tensão MicroCurrent (HVLD) não são apenas os métodos de CCI mais populares, mas duas das tecnologias escaláveis mais eficazes. Mais bem utilizado ao testar produtos de moléculas pequenas, o decaimento do vácuo consolidou-se como um método obrigatório para CCI. O decaimento do vácuo como método de teste de CCI é reconhecido pela ASTM F2338, USP 1207, sendo um padrão de consenso da FDA (2). Utilizando uma fonte de vácuo, aplica-se vácuo em uma câmara de teste. O vácuo é então mantido dentro da câmara de teste por um período durante o estágio de equalização e, em seguida, passa para um estágio de teste em que a perda de vácuo é medida por um transdutor. O decaimento do vácuo não é apenas adequado para pro- dutos liofilizados, com grandes quantida- des de headspace, mas também é benéfico para vazamentos de líquidos. A diferença entre headspace e vazamentos de líquido é a quantidade de vácuo necessária para realizar o teste, bem como os atributos físicos do produto dentro do sistema de embalagem. Vazamentos no headspace são normalmente testados a 500 mbar de vácuo. Isso permite a medição do gás dentro da embalagem sem evacuar todo o volume durante a etapa de evacuação. A detecção de vazamento de líquido é realizada em alto vácuo, inferior a 5 mbar, cujo objetivo é vaporizar o líquido e medir a variação da pressão do gás. Embora adequado para uma grande quantidade de aplicações e tipos de pro- dutos, o decaimento do vácuo apresenta dificuldades para detectar microvazamen- tos em embalagens que contêm soluções de moléculas grandes. Os problemas com o decaimento do vácuo não são deixados sem solução com o HVLD, na vanguarda dos métodos de CCI para produtos de moléculas grandes. O MicroCurrent HVLD utiliza um trans- dutor de detecção de alta voltagem para escanear o vidro ou o polímero parenteral em busca de possíveis brechas de este- rilidade. O produto parenteral que age como um capacitor é rapidamente girado, permitindo que o produto líquido cubra as paredes internas do produto parenteral. Defeitos no produto parenteral causam um grande pico de voltagem quando líquido é detectado. Ao contrário do HVLD tradi- cional, o MicroCurrent HVLD utiliza menos de 50% da tensão e quase não produz ozônio. Essas inovações combinadas com eletricidade de corrente extremamente

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