Pharmaceutical Technology Brasil - Líquidos 2023

Pharmaceutical Technology 19 Edição Especial LÍQUIDOS 2023 também podem proteger os IFAs da de- gradação química, reduzir a agregação de proteínas e mascarar odores e sabores. Um exemplo destacado por Schäfer é o uso do sulfobutiléter- β -CD para a formulação do remdesivir, medicamento parenteral utili- zado no tratamento da covid-19. Heller aponta para nanopartículas de albumina, polipeptídeos sintéticos e outros excipientes que têm atraído a atenção como intensificadores de solubilidade para formulações parenterais. Além da formulação O uso de excipientes para otimizar a solubilidade apresenta alguns desafios, pois esse trabalho de formulação geral- mente ocorre durante a última parte do ciclo de desenvolvimento. “Muitas vezes, os desenvolvedores descobrirão que a otimização da formulação sozinha não é suficiente para aumentar a solubilidade do IFA. Portanto, é recomendável que os problemas de solubilidade do IFA sejam resolvidos mais cedo no processo de de- senvolvimento”, afirma Schäfer. Isso envolve olhar para o processamen- to do IFA para melhorar a solubilidade do medicamento. Além da redução do tama- nho da partícula, por exemplo, nanomoa- gem, formação de sal, formação de cocris- tais e triagem de polimorfos também são caminhos importantes a serem seguidos, de acordo com Schäfer. “Esses métodos não apenas oferecem a possibilidade de aumentar significativamente a solubilida- de, mas também podem abordar caracte- rísticas como estabilidade física e química, taxa de dissolução e processabilidade”, diz ele. A otimização adicional por formulação pode ser aplicada em camadas, se neces- sário. Na verdade, Schäfer acredita que o processamento do IFA e a formulação sob medida devem andar de mãos dadas para alcançar a probabilidade ideal de sucesso em candidatos a medicamentos. Novos excipientes se tornando atraentes Tradicionalmente, tem havido um desenvolvimento limitado de novos ex- cipientes para aumentar a solubilidade. Os desenvolvedores tendem a se concen- trar, observa Shah, na criação de novas tecnologias de formulação, utilizando excipientes com um perfil de segurança conhecido, em vez de desenvolver novos excipientes para aumentar a solubilidade. “Por exemplo, há muito mais [esforço] para desenvolver novas tecnologias utili- zando polímeros existentes, com perfis de toxicidade conhecidos, como tecnologias de dispersão de sólidos amorfos, do que para desenvolver novos excipientes para melhorar a solubilidade de fármacos pouco solúveis”, diz ela. Mais recentemente, no entanto, Shah observou que novos excipientes também estão se tornando uma rota atraente. “No- vos excipientes apresentam uma maneira de alavancar as técnicas existentes e obter os mesmos resultados, se não melhores”, insiste ela. Eles também fornecem maior proteção da Propriedade Intelectual (IP) e, como a IP é nova, maior vida útil da patente para os desenvolvedores de me- dicamentos e comerciantes aproveitarem. A IP do novo excipiente pode, em par- ticular, ser útil para candidatos clínicos mais antigos que foram abandonados anteriormente devido a problemas de solubilidade, observa ela. Excipientes poliméricos, especialmente aqueles que permitem a formulação de mi- celas, são um bom exemplo. “Esses novos excipientes fornecem um meio significati- vo para alcançar melhor solubilidade e alta carga de fármaco para IFAs que falharam anteriormente durante o processo de de- senvolvimento de medicamento. Usar o caminho regulatório 505(b)(2) da FDA [US Food and Drug Administration] também permite a reformulação de substâncias medicamentosas previamente aprovadas com novos excipientes, para melhorar o desempenho biológico, mas reduzir o risco de aplicação e acelerar o tempo de lançamento no mercado”, conclui ela PT Referência 1. T. Loftsson and M. E. Brewster, J. Pharm. and Pharma- col., 62 (11), pp. 1607–1621 (November 2010).

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