Notas de Interés
Entenda a logística de tratamento do mieloma múltiplo
Segundo tipo de câncer de sangue mais frequente na população.

A logística de tratamento de um câncer é sempre um ponto delicado a ser pensado pelos médicos quando um diagnóstico é definido. Ao falar de um tratamento para um câncer raro e que acomete majoritariamente a terceira idade, a discussão sobre o tema se torna ainda mais importante.

 

 

Este é o caso do mieloma múltiplo, que, apesar de raro, é o segundo tipo de câncer de sangue mais frequente na população² e que acomete, na grande maioria dos casos, indivíduos entre os 60 e 65 anos¹. 


O mieloma múltiplo afeta as células plasmáticas da medula óssea e o tratamento é, a princípio, feito com quimioterapia, radioterapia e transplante. Estima-se que cerca de 7.600 brasileiros recebam o diagnóstico de mieloma múltiplo por ano3.
Na terceira idade, alguns desses tratamentos podem se tornar complicados para a saúde do paciente se não forem feitos com cautela e planejamento. “Em alguns casos, os pacientes precisam se locomover aos centros de tratamento duas ou três vezes por semana e permanecer por cerca de duas horas, dependendo do que será feito”, afirma a Dra. Paula Tanaka, gerente médica da Takeda Oncologia no Brasil. 

 

Outro ponto importante é que os principais sintomas desse tipo de câncer, como anemia, lesões ósseas, problemas renais e dores, podem trazer limitações para o dia a dia, exigindo que o paciente passe pelos chamados tratamentos de suporte, entre eles transfusões de sangue, uso de antibióticos e até mesmo substâncias mais fortes como a morfina4, o que reforça ainda mais a necessidade de cuidado com a logística do tratamento.

 

Por ser uma doença que não tem cura, atualmente esses tratamentos têm como objetivo controlar sua progressão e amenizar os principais sintomas. São feitos com a soma de três medicações: um inibidor de proteassoma, um imunomodulador e a dexametasona. Estes dois últimos, terapias orais, que facilitam a logística para este tipo de paciente. 

 

Há ainda questões emocionais para serem levadas em consideração. “O impacto psicológico maior, normalmente, é no momento diagnóstico, quando o paciente sabe que vai fazer um tratamento que não é curto e de uma doença incurável”, explica a médica. 

 

Durante o curso da doença, para auxiliar tanto no impacto emocional, quanto em toda a trajetória do tratamento, alguns pacientes passam ainda a ter o acompanhamento de um cuidador. “É a pessoa que vai apoiar e monitorar o tratamento. Para pacientes muito debilitados ou com algum grau de dependência, que necessite de alguém para verificar se ele está tomando as medicações de forma correta, o papel do cuidador é imprescindível”, explica Dra. Paula. 

 

Portanto, como todo tipo de câncer, o tratamento do mieloma múltiplo merece atenção desde o seu diagnóstico até o controle total da doença para que o paciente idoso consiga, além de aderir ao tratamento que lhe é prescrito, ter uma melhora significativa na sua qualidade de vida. 

 

EDIÇÕES VR DO BRASIL